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Aposentadoria aos 55 anos: entenda a nova proposta do governo para quem trabalha em condições de risco

O governo federal apresentou uma proposta que pode permitir a aposentadoria a partir dos 55 anos de idade para trabalhadores que atuam em condições insalubres ou de risco.
A medida faz parte de uma série de ajustes discutidos no Congresso Nacional e visa corrigir desigualdades criadas após a Reforma da Previdência de 2019, além de garantir mais justiça aos profissionais que se expõem diariamente a situações perigosas.

O texto em debate — o Projeto de Lei Complementar (PLP) nº 42/2023 — busca regulamentar o artigo 201 da Constituição Federal e estabelecer regras mais claras e humanas para a aposentadoria especial, beneficiando quem dedica a vida a atividades de alto risco à saúde e à integridade física.

Quem poderá se aposentar aos 55 anos

De acordo com o PLP 42/2023, o direito à aposentadoria especial se estenderá a trabalhadores que comprovarem exposição contínua a agentes nocivos, como:

  • Produtos químicos, ruído intenso ou agentes biológicos;

  • Ambientes com alta tensão elétrica;

  • Minas subterrâneas, metalurgia e indústrias pesadas;

  • Segurança armada ou vigilância com porte de arma.

Para ter direito, o segurado deverá comprovar a exposição habitual e permanente por meio de documentos técnicos exigidos pelo INSS.

Documentos obrigatórios para comprovar a atividade especial

O trabalhador deve apresentar:

  • Perfil Profissiográfico Previdenciário (PPP) — documento emitido pelo empregador, que descreve as condições ambientais de trabalho;

  • Laudo Técnico de Condições Ambientais do Trabalho (LTCAT) — elaborado por engenheiro de segurança ou médico do trabalho;

  • Carteira de trabalho, RG, CPF e comprovantes de contribuição ao INSS.

Esses documentos são fundamentais para comprovar o direito à aposentadoria especial, principalmente em casos de exposição a agentes nocivos.

Regras propostas no Projeto de Lei Complementar 42/2023

O PLP 42/2023 estabelece faixas diferenciadas de idade mínima e tempo de contribuição, conforme o grau de risco da atividade exercida:

Grau de riscoIdade mínimaTempo mínimo de contribuição
Alto risco55 anos15 anos
Risco médio58 anos20 anos
Risco leve60 anos25 anos

Outros pontos importantes da proposta:

  • Reconhecimento técnico da atividade especial com base em PPP e LTCAT;

  • Cálculo mais justo do benefício, considerando a intensidade e o tempo de exposição;

  • Ampliação da lista de profissões consideradas insalubres ou perigosas;

  • Flexibilização no enquadramento de atividades de risco, tornando o acesso mais simples e abrangente.

O projeto ainda tramita na Câmara dos Deputados, mas tem forte apoio de centrais sindicais e da base governista, o que aumenta as chances de aprovação nos próximos meses.
Se aprovado, seguirá para o Senado Federal antes de se tornar lei.

Como solicitar a aposentadoria especial no INSS

Enquanto as novas regras ainda não entram em vigor, a aposentadoria especial atual continua sendo concedida pelo INSS seguindo as normas da Reforma da Previdência de 2019.
O processo pode ser feito pelo portal ou aplicativo Meu INSS, ou pelo telefone 135.

Documentos necessários:

  • Documento de identidade com foto (RG ou CNH);

  • CPF;

  • Carteira de trabalho;

  • PPP e LTCAT atualizados.

Após o envio, o segurado pode acompanhar o andamento do pedido diretamente pelo aplicativo Meu INSS.

Outras modalidades de aposentadoria em vigor

Além da aposentadoria especial, o sistema previdenciário brasileiro mantém outras opções de benefício, conforme o perfil do trabalhador:

  • Aposentadoria por idade: 65 anos (homens) e 62 anos (mulheres), com pelo menos 15 anos de contribuição;

  • Aposentadoria por tempo de contribuição: apenas para quem completou os requisitos antes da reforma;

  • Aposentadoria por invalidez: para pessoas permanentemente incapazes de exercer atividade laboral;

  • Aposentadoria rural: para trabalhadores do campo com comprovação mínima de 15 anos de atividade agrícola.

Por que a proposta é importante

A proposta de aposentadoria aos 55 anos representa um avanço social e previdenciário, pois reconhece que quem trabalha sob condições insalubres ou perigosas sofre um desgaste físico e mental maior ao longo da vida laboral.
A medida também busca restabelecer o equilíbrio entre esforço e tempo de contribuição, garantindo proteção e dignidade a categorias profissionais essenciais.

“Nenhum trabalhador deve ter a saúde sacrificada para alcançar o direito à aposentadoria”, defendem representantes do MTE e do INSS envolvidos na discussão.

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