O mês começou com um verdadeiro apagão no Bolsa Família, após dados oficiais revelarem que mais de 950 mil beneficiários tiveram o pagamento bloqueado, suspenso ou cancelado. A medida faz parte da Ação de Qualificação Cadastral 2025, iniciada pelo Ministério do Desenvolvimento e Assistência Social, para atualizar informações e garantir que o programa alcance apenas quem cumpre as regras do Cadastro Único.
Bloqueios em massa surpreendem famílias em todo o país
Somente em novembro, 963 mil famílias tiveram o Bolsa Família bloqueado, o que equivale a 7,53% de todos os beneficiários.
Outras 76 mil famílias tiveram o benefício suspenso por descumprir condicionalidades, como vacinação de crianças ou frequência escolar insuficiente.
Além disso, 367 mil benefícios foram cancelados, principalmente por falta de atualização cadastral ou ausência nas convocações do governo.
O cenário acendeu um alerta nacional, já que milhares de famílias foram pegas de surpresa ao consultar o extrato e perceber a interrupção do pagamento.
Nova Regra de Proteção altera permanência no programa
A revisão acompanha mudanças importantes na Regra de Proteção, em vigor desde junho de 2025. Pela nova norma, famílias com renda por pessoa entre R$ 218 e R$ 706 podem continuar no programa temporariamente, mas recebem apenas 50% do valor.
Quem ainda está dentro da regra antiga, válida por até 24 meses, continua no programa enquanto a renda não ultrapassar R$ 759 por pessoa.
Saídas voluntárias e desligamentos por alta renda
Os dados do governo também revelam que 216 mil famílias saíram voluntariamente do Bolsa Família após registrarem melhora financeira.
Outras 181 mil atualizaram a renda e permanecem no programa com valor reduzido.
Já 121 mil famílias foram desligadas definitivamente por ultrapassarem o limite de renda permitido.
Quase 1 milhão corre risco de cancelamento definitivo
O MDS também alerta que 914 mil famílias continuam com pendências no Cadastro Único. Caso não regularizem os dados dentro do prazo, o benefício pode ser cancelado de forma permanente.
Apesar do volume de bloqueios, o pagamento de novembro segue o calendário oficial, com depósitos iniciados no dia 14, conforme o final do NIS e com antecipações em cidades em situação de emergência.
