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STF derruba de vez a revisão da vida toda. Veja o que muda para aposentados e para quem ainda tem ação

O Supremo Tribunal Federal decidiu, em 25 de novembro de 2025, encerrar definitivamente a revisão da vida toda. Por oito votos a três, os ministros definiram que não é permitido incluir contribuições anteriores a julho de 1994 no cálculo das aposentadorias.

A decisão marca uma reviravolta jurídica, já que a própria Corte havia reconhecido a tese em 2022. Agora, o entendimento passa a ser oposto e vincula todo o Judiciário e o INSS.

Mesmo com a mudança, o STF decidiu que não haverá devolução dos valores recebidos até 5 de abril de 2024. Porém, quem estava recebendo o benefício provisoriamente poderá sofrer redução no valor mensal daqui para frente.

Com o fim da suspensão nacional dos processos, milhares de ações voltam a tramitar. Veja o que realmente muda.

O que era a revisão da vida toda

A tese buscava permitir que o segurado utilizasse todas as contribuições da vida, incluindo as feitas antes do Plano Real, para recalcular o benefício. Isso beneficiava especialmente pessoas que tinham salários mais altos antes de 1994.

O INSS, no entanto, defendia que:

  • a regra de transição da Lei 9.876 de 1999 é obrigatória para quem já era filiado antes da norma

  • permitir a escolha pelo cálculo mais vantajoso criaria uma regra híbrida, não prevista em lei

  • a aplicação da tese poderia gerar impacto financeiro elevado no sistema

O STF concordou com essa interpretação e fixou o entendimento de que o segurado não pode optar pelo cálculo definitivo quando estiver dentro da regra de transição.

Por que o STF mudou de entendimento

Em 2022, a tese havia sido reconhecida em julgamento apertado. Depois disso, o tema retornou ao plenário por meio de ações diretas que questionavam:

  • a obrigatoriedade da regra de transição

  • a impossibilidade de escolha entre metodologias de cálculo

  • o impacto financeiro e o equilíbrio entre contribuições antes e depois de 1994

Com isso, formou-se maioria para derrubar a tese e reafirmar a leitura literal da legislação previdenciária.

Como o julgamento evoluiu desde 2019

  • A tese ganhou destaque em 2019.

  • Em 2022, o STF reconheceu a revisão.

  • Em 2023, o INSS pediu esclarecimentos e o país inteiro teve os processos suspensos.

  • Em abril de 2024, o mérito das ADIs foi analisado e a modulação começou a ser discutida.

  • Em novembro de 2025, o julgamento foi concluído com resultado contrário aos segurados.

Votaram contra a tese: Alexandre de Moraes, Cristiano Zanin, Gilmar Mendes, Luís Roberto Barroso, Cármen Lúcia, Nunes Marques, Dias Toffoli e Luiz Fux.

Votaram a favor de mantê-la: André Mendonça, Rosa Weber e Edson Fachin.

Como ficou a modulação dos efeitos

O STF decidiu que:

  • não haverá devolução de valores recebidos até 5 de abril de 2024

  • não haverá cobrança de honorários sucumbenciais, custas ou perícias para quem tinha ações pendentes até essa data

  • valores já pagos ou devolvidos não serão restituídos

Na prática, isso significa que ninguém devolverá o que recebeu até 05 de abril de 2024. Porém, o INSS poderá ajustar o valor do benefício a partir de agora para retirar a vida toda do cálculo.

Impacto para segurados e aposentados

A decisão causa efeitos significativos:

  • pessoas que vinham recebendo valores maiores sofrerão redução no benefício

  • milhares de ações retomarão a tramitação, mas a tendência é de improcedência

  • segurados não poderão mais pedir a revisão da vida toda

  • o precedente afeta debates futuros sobre regras de transição e direito adquirido

O que advogados previdenciários precisam fazer agora

O fim da tese exige trabalho imediato dos profissionais da área:

  • revisar o estoque de ações ativas

  • atualizar clientes sobre o impacto financeiro

  • analisar processos suspensos e identificar liminares ativas

  • ajustar modelos de petições, materiais de orientação e estratégias processuais

  • preparar comunicação clara para explicar reduções de benefício

  • mapear outras revisões possíveis para quem perderá a tese

A decisão reforça a importância de orientar o cliente com base em informações seguras e atualizadas, evitando expectativas irreais.

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